janeiro 14, 2014

Santíssima Tríade Post-rock

Convidado a ajudar no renascimento deste blog, mais na ideia de simples recomendações como qualquer outra ambição, minha primeira participação é, ou melhor, são.


Se houve algo em termos de musica que realmente, e ainda quase que literalmente, me fez conhecer aquela famosa “desligar do mundo ao redor” foi e ainda é o movimento post-rock. Meu acervo surgiu a partir de três bandas: Sigur Rós, Explosions in the Sky e, por ultimo e ainda mais importante, visto que foi com essa especificamente que me apresentou as anteriores e todo o resto por si, Mogwai.

As musicas em todas as três trazem aquela disforme completude sonora. Algo ali parece não estar normal, mas está completo. É como entrar em um ambiente, uma sala, e sentir prazer simplesmente por estar ali dentro. Os sons, ruídos, as vozes distorcidas de Mogwai e a voz tersa de Jónsi, do Sigur Rós, aparentam ser tudo meticulosamente construídos para que todo o visual do ambiente venha à tona através da audição.

Mas claro, cada banda possui sua individualidade. Sigur Rós, como a própria definição da voz de seu vocal, representa muito bem aquilo que é limpo e puro; definindo o som deles em uma palavra, eu diria: onírico. É um som sem duvida onírico. O tipo de musica que te faz pensar “de onde diabos veio isso?” e ainda assim te passa sensação de tranquilidade e você percebe que aquilo, no fim das contas, é natural, e talvez até sinta que faz parte de ti. O vonlenska é uma espécie de transporte para o imo.

Explosions in the Sky, EITS, nome que diz por si só, é como o ato de voar, plainar e por vezes, vem a turbulência. Suas musicas começam levemente, apenas surgem com introduções tímidas, batidas ou distorções perdidas, e aos poucos ela vai se tornando mais robusta, mais concreta, vai gradualmente engrossando até a ponto de explodir em uma enxurrada de barulho com os quatro braços de cordas elétricas e a bateria que formam o grupo. Há certa similaridade dentre suas músicas, visto dessa forma, surgir, crescer, explodir e seu fim, mas com certeza não se chegaria a um esvoaçante ápice, não fosse todo o caminho construído para se chegar nele. Com um som totalmente instrumental, eloquência é verbete de mãe.

Por fim, depois de uma experiência sonhando e voando, vem Mogwai e lhe dá um tapa na cara. O pior é que depois ainda te beija onde bateu. Eu vejo o som desses caras como uma apresentação da realidade. Por mais que seja minimalista seu som, algumas um pouco mais agitadas, outras ainda inteiras naquela quietude, Mogwai consegue transformar o ato de viver em musica. O ambiente que eles criam aqui é algo como quando você sai pra rua e sente prazer em estar naquele “ali fora”. Basicamente, ao mesmo tempo em que mostra a hostilidade do dia-a-dia, berra e cospe, também vem e diz que existem as coisas boas e te reconforta. Êxtase e serenidade se fundem em alguns minutos e você não sabe o que tá acontecendo e ainda assim gosta do que ouve.

Apenas recomendo com todas as forças as três bandas com uma intensidade idêntica. Não quis deixar nada muito naquela de crítica musical ou informações sobre álbuns e fases boas/ruins, minha ideia foi repassar meus sentimentos sobre as musicas de cada, acredito que assim a ideia do som proporcionado se interpreta melhor, como também é esse o conceito que interpreto dos próprios sons apresentados; o que é abstrato. Lembrando que nada melhor do que ouvindo, lógico.


Dica essencial: usem seus fones de ouvido. Escutem.










Bônus:


Álbum mais recente do Mogwai, tão recente que ainda nem foi lançado (rs).

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