maio 12, 2014

Aratiwhat? Alguém viu meu cérebro por aí?

Oeeee galera! Hoje vou apresentar mais uma banda brasileira maluca AI QUE NOVIDADE!



O grupo araticum é uma junção de 5 caras de SP, cada qual trazendo ao projeto um certo apanhado de instrumentos, e (parte legal!) um apanhado de estilos musicais da américa latina; cada música introduz elementos dos estilos musicais com os quais se familiariza, numa sonzeira plenamente instrumental.

Eu gostaria muito de passar com precisão os sentimentos que me causa esse projeto; como estudante de harmonia, piro o cabeção sem parar ao longo do álbum TARDE com a ambientação que vai, volta, viaja, fica feliz, triste, suspensa, dança, descansa... Quero que vocês prestem atenção nisso, escutando o som de maneira atenta, entregue... Sentindo as emoções que flutuam pelo disco todo! Querem tentar uma experiência? Antes de dar o play na primeira música, imaginem a seguinte cena:

Uma pessoa mergulha fundo no meio do oceano. À medida que ela afunda na água azul esverdeado, bolhas de ar ao seu redor lutam para voltar à superficie. Raios de luz penetram n'água, criando feixes e linhas por todo o oceano. Silêncio. De um lado, água. Do outro, água. Silêncio. Bolhas de ar fogem do pulmão, carentes da superfície. Silêncio. Silêncio. Agora feche os olhos e dê o play de o play e feche os olhos. :)

Outra coisa que é muito legal é a combinação de elementos eruditos (loooongos arpejos de flauta transversal e floreados gravíssimos do violão de 7 cordas) com elementos de músicas tradicionalistas (ritmo de baião, harmonia de músicas latinoamericanas) e, claro, outros temperos característicos (ponto pra quem achar o trecho de referência ao super mario hahaha)!





Angelo Ursini - flauta transversal, sax alto, sax tenor, clarinete, kenas, sampoñas, pífanos, caxixis, composições e arranjos.
Bruno Duarte - vibrafone, bateria, e percussão: cajon, mini cajon, rebolo, caxixis, guizos, triângulo, cuíca, tamborim, efeitos, composições e arranjos.
Ricardo Barros – violão de sete cordas, guitarra, guitarra portuguesa, kalimba, composições e arranjos.
Ricardo Pesce - Sanfona, piano,composições e arranjos.
Vinicius Pereira – Contrabaixo acústico de cinco cordas, composições e arranjos.

abril 17, 2014

Mad Season

O título da postagem se limita apenas ao nome da banda justamente por possuir uma carreira curta de um herdeiro: Above.



Dentro de uma clinica de reabilitação, McCready conheceu um baixista local, John Saunders, e junto a Staley, na época em hiato com AIC, e o baterista B. Martin nasce Mad Season, parto normal. Tendo a ideia original surgida dentro de duas mentes em recuperação por drogas, somado aos problemas semelhantes de Layne, não é de se espantar as letras que fazem peso às canções. O que chama a atenção é o ambiente que se cria nesse projeto; mais do que o rótulo que carregam de grunge, o som do grupo é um blues cinza feito concreto.

A primeira música do álbum já demonstra claramente o clima soturno em que os integrantes viviam na época. Wake Up é uma baita declaração de desespero – outra palavra que define muito bem a musicalidade apresentada. Lenta e timidamente, a canção começa com o baixo que por todo o restante te prende na melodia. Como companhia surgem toques na guitarra como que por acaso palhetasse nas cordas avulsas em conjunto a leves batidas da bateria. No mesmo passo da harmonia, também tímido o vocal surge desconfortável de estar ali numa mesa em que não tem intimidade com ninguém. Mais do que apenas a intro de uma música, é a intro fidedigna de todo o trabalho que está por vir. Seu ápice é formado em uma explosão da bateria com arranhos na guitarra e uma voz grunge suja, findando na mesma calmaria que iniciou.

Na sequência, X-Ray Mind apresenta uma percussão experimental que aparecerá ainda mais em outras faixas. Confesso que, ouvindo pela primeira vez, ainda estava apaixonado por Wake Up e nada me traria maior encanto, mesmo já tendo passado pelo hit River of Deceit e pela I’m Above com um belíssimo solo de violão, e onde Mark Lanegan empresta sua voz, até ouvir Artificial Red. Blues, quase que puramente blues, ficava maravilhado ao poder ouvir Layne interpretando um som desses.

Pegue uma madrugada de inverno e entre em um daqueles bares minusculos sob o solo, com um neon piscando quase queimado na fachada. Sente em uma mesa de madeira lascada e à sua frente, ao fundo do espaço, por cima de chapéus e cabelos, em um palco de trinta centímetros do chão, escondidos pela fumaça densa de tantos cigarros acesos, por conta da permissão da lei da época, estão uns caras tocando blues. Mad Season, Artificial Red.

As duas próximas faixas, Lifeless Dead e I Don’t Know Anything, são as que mais chegam próximo a um grunge pitoresco. Reflexo verossímil da carreira que os integrantes já participavam; não me espantaria se visse alguma delas em um trabalho de Alice in Chains. E então, como uma terceira injeção de êxtase, após Wake Up e Artificial Red, vem a oitava faixa, Long Gone Day. Canção mais experimental do álbum, excelente viagem acústica composta por batuques de percussão, cello, um sax fazendo jus ao blues, e Lanegan contribuindo nos vocais mais uma vez. Tamanho experimentalismo aqui que lembrei instantaneamente de Tom Waits ao ouvi-la. Cabível no mesmo bar do neon quase queimado.

As duas ultimas musicas são a conclusão do que lhe foi passado. November Hotel, mais experimentalismo, batuques, variações e solos em efeitos, é um instrumental fora de todo o preceito criado com as canções anteriores, seguida de algo que poderia se considerar sua extensão, All Alone. Praticamente um mantra, calma, demonstra a retirada do trabalho com a mesma timidez lúgubre em que chegou.

Não há uma única canção ruim.

O grupo se desfez quando os integrantes começaram aos poucos a voltar a seus respectivos projetos principais, culminando no seu mais do que certo fim com a morte de Saunders. Sem dúvida um grupo que teria feito muito sucesso se fosse adiante, entretanto conseguiram deixar aqui seus gritos de desespero.



janeiro 19, 2014

Steven Wilson - The Raven That Refused To Sing (And Other Stories): o bom e velho prog!

Pessoal, Thiago V. por aqui, o fundador do blog no longínquo ano de 2007. Enfim, depois de muito tempo, o The Musical Box Blog está de volta, como vocês já devem ter percebido com as postagens de meus novos colaboradores, Luigi e Gustavo. Lá se foram alguns bons anos sem posts novos, desde 2008 se eu não me engano...

Agora, sem a pretensão de publicar regularmente e sim quando apenas der na telha, quando surgir a vontade de compartilhar algo novo, estamos de volta. Acho que assim o negócio rende mais. Sem a obrigação de publicar toda semana e tudo mais. Especialmente com a ajuda de meus amigos, Luigi Bahia e Gustavo Benedet, que vocês já conheceram brevemente com seus sensacionais posts. A possibilidade de um blog com vários colaboradores me animou até para eu renovar meu iTunes e ouvir o que os meus companheiros estão recomendando.

Aliás, a vida do blog vai seguir assim por enquanto, com posts meus, do Luigi e do Gustavo (quem sabe, mais para frente, ainda apareçam outras pessoas). Cada um com seu estilo próprio. Como já disse o Luigi pra mim, talvez a irregularidade constante de alguns, no fim, acabe se tornando uma regularidade. É o que esperamos! 

Feita essa pequena introdução, vamos à pequena e grande experiência e recomendação sonora de hoje: Steven Wilson.

O blog nasceu para compartilhar experiências oriundas do rock progressivo e se desenvolveu abrindo espaço para outras vertentes do rock. No entanto, hoje é aquele bom e velho rock progressivo que está de volta por aqui.

O rock progressivo, que teve o seu ápice nos anos 70 com bandas da magnitude de Pink Floyd, Genesis, Yes e Van der Graaf Generator, sempre foi visto como uma vertente datada da mencionada década. O que veio depois nunca se comparou com a época de ouro de prog. Ainda que muita gente insista em dizer que Dream Theater é rock progressivo e - o que ainda é pior - que essa banda metida à prog presta.

Steven Wilson vai contra essa tendência. Vocalista do Porcupine Tree, sua carreira solo foi uma inesperada surpresa nesses últimos tempos. Graças ao companheiro Diogo Labegalini que me indicou o cara, ouvi com atenção e posso dizer sem medo: o último álbum dele, o The Raven That Refused To Sing (And Other Stories), é, com toda a certeza desse mundo, o melhor disco de 2013 e uma das melhores experiências progs que ouvi desde que conheci o Genesis pela primeira vez.

As guitarras do disco lembram (e muito) o clássico guitarrista do Genesis, Steve Hackett (que considero o melhor de todos ao lado do Howe, do Yes); principalmente na faixa Drive Home, uma das melhores do disco. Então, só por aí, vocês já podem perceber como tem coisa boa nessa álbum.

São apenas seis faixas - como os velhos e clássicos álbuns de prog -, e cada uma possui sua identidade própria. Luminol, uma das melhores do álbum, abre com uma pujança que empolga. Os animados slaps de baixo dão a tona do que vem a seguir: muito virtuosismo instrumental à la melhores momentos da carreira do Yes. O uso perfeito das harmonias vocais nessa faixa é algo que deve ser destacado também. O final da música é simplesmente épico.

Drive Home é aquela música para se ouvir no carro, de vidros abertos, e com vento na cara. Com uma sensação de liberdade musical incrível, a faixa tem uma força própria que salvaria qualquer álbum medíocre do fracasso. O solo de guitarra dessa música é um dos melhores  já produzidos no meio musical nos últimos dez anos. Talvez a melhor do disco ao lado de Luminol. Aqui vai uma preview da música com seu belo videoclip:



The Holy Drinker e The Pin Drop são músicas mais soturnas e obscuras, lembrando o bom e velho experimentalismo de bandas como Van der Graaf Generator e Gentle Giant (bandas que me vieram à cabeça nesse momento). A primeira tem um uso de viradas de guitarras bem interessante, além do bom uso dos componentes vocais.

Mais calma e acústica, The Watchmaker é outra faixa sensacional. Ao final de tudo, o disco encerra com uma canção que poderia muito ser a trilha sonora de um velório ou de um enterro - assim como o é Watcher of the Skies, do Genesis -, a faixa que dá o título ao álbum: The Raven That Refused To Sing (And Other Stories). Engraçado que eu tive essa percepção quando ouvi a faixa pela primeira vez e li outra pessoa dizendo exatamente o mesmo na internet em uma review desse álbum. Aqui está.





















Espero que curtam o cara. Até a próxima experiência sonora (não necessariamente prog), pessoal!

janeiro 14, 2014

Santíssima Tríade Post-rock

Convidado a ajudar no renascimento deste blog, mais na ideia de simples recomendações como qualquer outra ambição, minha primeira participação é, ou melhor, são.


Se houve algo em termos de musica que realmente, e ainda quase que literalmente, me fez conhecer aquela famosa “desligar do mundo ao redor” foi e ainda é o movimento post-rock. Meu acervo surgiu a partir de três bandas: Sigur Rós, Explosions in the Sky e, por ultimo e ainda mais importante, visto que foi com essa especificamente que me apresentou as anteriores e todo o resto por si, Mogwai.

As musicas em todas as três trazem aquela disforme completude sonora. Algo ali parece não estar normal, mas está completo. É como entrar em um ambiente, uma sala, e sentir prazer simplesmente por estar ali dentro. Os sons, ruídos, as vozes distorcidas de Mogwai e a voz tersa de Jónsi, do Sigur Rós, aparentam ser tudo meticulosamente construídos para que todo o visual do ambiente venha à tona através da audição.

Mas claro, cada banda possui sua individualidade. Sigur Rós, como a própria definição da voz de seu vocal, representa muito bem aquilo que é limpo e puro; definindo o som deles em uma palavra, eu diria: onírico. É um som sem duvida onírico. O tipo de musica que te faz pensar “de onde diabos veio isso?” e ainda assim te passa sensação de tranquilidade e você percebe que aquilo, no fim das contas, é natural, e talvez até sinta que faz parte de ti. O vonlenska é uma espécie de transporte para o imo.

Explosions in the Sky, EITS, nome que diz por si só, é como o ato de voar, plainar e por vezes, vem a turbulência. Suas musicas começam levemente, apenas surgem com introduções tímidas, batidas ou distorções perdidas, e aos poucos ela vai se tornando mais robusta, mais concreta, vai gradualmente engrossando até a ponto de explodir em uma enxurrada de barulho com os quatro braços de cordas elétricas e a bateria que formam o grupo. Há certa similaridade dentre suas músicas, visto dessa forma, surgir, crescer, explodir e seu fim, mas com certeza não se chegaria a um esvoaçante ápice, não fosse todo o caminho construído para se chegar nele. Com um som totalmente instrumental, eloquência é verbete de mãe.

Por fim, depois de uma experiência sonhando e voando, vem Mogwai e lhe dá um tapa na cara. O pior é que depois ainda te beija onde bateu. Eu vejo o som desses caras como uma apresentação da realidade. Por mais que seja minimalista seu som, algumas um pouco mais agitadas, outras ainda inteiras naquela quietude, Mogwai consegue transformar o ato de viver em musica. O ambiente que eles criam aqui é algo como quando você sai pra rua e sente prazer em estar naquele “ali fora”. Basicamente, ao mesmo tempo em que mostra a hostilidade do dia-a-dia, berra e cospe, também vem e diz que existem as coisas boas e te reconforta. Êxtase e serenidade se fundem em alguns minutos e você não sabe o que tá acontecendo e ainda assim gosta do que ouve.

Apenas recomendo com todas as forças as três bandas com uma intensidade idêntica. Não quis deixar nada muito naquela de crítica musical ou informações sobre álbuns e fases boas/ruins, minha ideia foi repassar meus sentimentos sobre as musicas de cada, acredito que assim a ideia do som proporcionado se interpreta melhor, como também é esse o conceito que interpreto dos próprios sons apresentados; o que é abstrato. Lembrando que nada melhor do que ouvindo, lógico.


Dica essencial: usem seus fones de ouvido. Escutem.










Bônus:


Álbum mais recente do Mogwai, tão recente que ainda nem foi lançado (rs).

janeiro 06, 2014

Soonanda: Afroclarinete, fraseados extasiantes e percussão como você nunca viu

Fala galera! Belezinha? It's-a-me, Mario Luigi! Quando falei sobre Pitanga já estava num dilema ferrado sobre discutir a banda previamente mencionada ou esta banda que vos trago hoje: Soonanda (Face). Novamente, apresento um grupo que fogueteia através do teto em termos de inovação musical pela fusão de ritmos e estilos distintos; parte dos integrantes traz ao grupo vibrantes influências da música e percussão africana, por seu próprio histórico musical e pelo envolvimento com o grupo de dança e percussão afro Abayomi, enquanto os instrumentistas de sopro e cordas introduzem nuances de música contemporânea e matizes características de seus instrumentos (pessoalmente, viajo no clarinete) ao som rico e hipnótico do grupo.


O grupo se autodenomina inventivo e experimental, visando a quebra das delimitações da expressão musical — produzir, sentir, dançar — e os sentidos utilizados para apreciar o que se produz. A meu ver, é um belíssimo abandono da rotulação da arte (isto é música, isto é dança, isto é performance) e apresentação desta de maneira simples e complexa, única e holística: como Arte. E pronto.

Não tenho pra vocês um álbum baixável desta vez, mas no SoundCloud (tá ali embaixo também) dos caras, várias músicas expressam o que minhas palavras só fazem você perder tempo tentando entender, pois deve ser sentido.

Pra quem mora em floripa ou visita com frequência, o grupo se apresenta com frequência por lá, fazendo inclusive apresentações junto com o grupo Abayomi

Para os leitores musicistas, fica minha reflexão sobre grupos como o Soonanda: EXPANSÃO. A música apresentada na sociedade como um todo é padronizada e formatada, e mesmo estudando e produzindo música de acordo com o que sentimos e queremos, podemos nos sentir encurralados por idéias repetitivas e mesmices musicais, presentes na vasta maoria das músicas de fácil acesso. 

De progressões harmônicas mais do que surradas à ritmos repetidos e repetitivos, certos elementos estão constantemente presentes na maioria das músicas que conhecemos, e, portanto, ao acessarmos nosso acervo musical mental em busca de criatividade, encontramos um "formato criativo". O pessoal do Soonanda apresenta o novo, o alheio, o diferente. E pra quem tem fome musical, isso é um prato cheio de comidas novas pra degustar e aprender a preparar :) Um abraço!


Integrantes:
Assis Monteiro - Contrabaixo
Diogo Costa - Dununs
Fabio Cadore - Djembê
Léo Cezari – Guitarra
Pedro da Costa - Flauta transversal
Tomaz São Thiago - Clarineta

Telefone: 48 8451-6056
E-mail: soonanda.contato@gmail.com
Canal do youtube: Clique




+Camila Claudino de Oliveira : Obrigado, nega! :)

janeiro 03, 2014

Baião do jazz chorado vai ao carnaval




Olá galera! Tudo bem com vocês? :) Me apresentando, sou Luigi e um dos recrutados no antigo projeto de revitalização do blog; apaixonado por música de corpo e alma, toco violão mas estudo música de modo geral, tentando cada vez mais compreender e saber comunicar dentro desta linguagem tão profunda e sublime.


Apresentando a banda que trago dessa vez, Pitanga em pé de Amora é uma banda que reflete bem o Brasil: uma senhora mistura. Da primeira vez que ouvi a banda, repeti o álbum até não aguentar mais escutar os caras. Os músicos são todos jovens, vinte e alguma coisa anos, e prezam pela liberdade musical, isto é, suas músicas flutuam entre estilos durante a execução sem pudor nenhum, juntando elementos e instrumentos de vários cantos e criando, ao longo do primeiro disco (clique e baixe) ambientes musicais felizes, alegres, tristes, bucólicos e cômicos (hilários!) entre as canções. Os músicos tomam como inspiração cenários muito antigos da música brasileira, usando-os numa espécie de reciclagem inspiracional para criar um som novo com elementos nostálgicos e, pelo caráter refinado da velha música brasileira, muito elaborados.





O trabalho coletivo norteia o cancioneiro do grupo, aonde os integrantes, (Angelo Ursini, Daniel Altman e Ga Setúbal, todos eles multi-instrumentistas), se revezam na autoria das composições letradas por Diego Casas, que além de letrista titular, também faz junto com Flora Popovic e Daniel Altman o vocal da maioria das canções. — Zé Carlos Cipriano





Pitanga em pé de Amora é, na minha opinião, uma das bandas do novo cenário musical brasileiro que comprovam, com muita força, a qualidade da arte brasileira, a despeito do que a mídia de massa nos mostra. Na página do facebook dos caras, existem partituras de algumas músicas para os interessados em reproduzir essa belezura. Um forte abraço!

fevereiro 18, 2008

Esquerda Volver - Conversão Perigosa à Esquerda



Esquerda Volver é um power-trio com origens em Curitiba. O fato curioso e que chama atenção é que todos integrantes da banda são canhotos, daí o nome da banda. Dom Pyccolli, Renato Pereira e Ale Cirino formam esta banda que sem dúvidas é uma das melhores no atual cenário pobre e carente do rock brasileiro. O primeiro cd da banda “Conversão Perigosa à Esquerda” foi produzido por Carlos Maltz, ex-baterista dos Engenheiros do Hawaii, e como não poderia deixar de ter, está repletas de influências da banda gaúcha e progressivas. As músicas são repletas de quebradas de tempo e linhas melódicas. Há até uma música instrumental, Canção da Despedida Definiviva na qual o ex-baterista dos Engenheiros faz uma participação especial. As letras também são destaque com muita inspiração no estilo de Humberto Gessinger mesclando os mundos distintos do interior (psicológico) e exterior (social). O albúm em si é muito ingênuo e muito particular como definiu o vocalista, baixista e letrista da banda, Dom Pycolli. Braços Fortes foi escrita com 14 anos e há muito do sonho do jovem de mudar o mundo e a desigualdade social. E nem por isso de ser uma das melhores músicas da banda e destaque do albúm.

Outras músicas que merecem destaque são Um Pássaro Eterno, uma das melhores músicas de Picooly, O Inverso e a Razão, que talvez seja a mais progressiva, Primeiros Passos a Correr, que abre o disco com perfeição e Vide, Vida Marvada, uma releitura impressionante do clássico caipira de Rolando Boldrin para o chamado pop-progressivo da banda. E é justamente esta caracterização que mais lembra a fase Gessinger, Licks & Maltz dos Engenheiros do Hawaii. A chamada fase GLM trouxe muitas influências progressivóides, e assim, na década seguinte, a Esquerda Volver renasce o estilo com maestria e pomposidade. Abram alas para o RockPoesia PoProgressivo da Esquerda Volver. Revolução armada de Rock e Poesia.

01. Primeiros Passos a Correr
02. Vide, Vida Marvada
03. Pecado Capital
04. Terapia Intensiva
05. Canção da Despedida Definitiva
06. O Inverso e a Razão
07. Tudo o Que Vier na Cabeça
08. Todos São Iguais Até Que Se Prove o Contrário
09. Um Pássaro Eterno
10. Tudo de Novo
11. Braços Fortes
12. Conversão Perigosa à Esquerda

DOWNLOAD

fevereiro 11, 2008

Echo and The Bunnymen - Ocean Rain



Poderia classificar o Echo & The Bunnymen como o Van der Graaf Generator dos anos 80. Apesar de não terem quase nada a ver em si na música, as duas bandas apresentam algumas peculiaridades. Lirismo desconcertante marcam os dois grupos, com Peter Hammill de um lado e o discípulo Ian McCullogh do outro. Provavelmente, McCullogh foi mandando a Terra com esta missão: a de realizar canções de um lirismo desconcertante e não deixar o que há de mais lindo no rock se extinguir. Enquanto há bandas que prezam muito mais pelo desempenho musical, Van der Graaf Generator e Echo & The Bunnymen fazem o mais importante. Desconcertam seu público fiel com letras lindas aliados a competência musical, um casamento perfeito.

Em 1984, a banda gravou Ocean Rain, o qual se tornou seu albúm mais importante. Contém o mega hit The Killing Moon, uma das músicas mais lindas, belas e perfeitas de todos os tempos. Até os deuses do Pink Floyd, no lado mais escuro da Lua, teriam ficado com uma ponta de inveja de Killing Moon. Em certa ocasião, McCullogh declarou que, em seu ofício de compositor, ele nutria como principal objetivo criar um dia, a melhor música de todos os tempos. E o resultado disso... Chegou muito perto com The Killing Moon, a quase perfeição musical que desbancaria carreiras inteiras de bandas da mesma epóca como The Cure, Joy Division e The Smiths.

O albúm ainda contém outros sucessos e exelentes músicas como Seven Seas e Ocean Rain. Baixe, esta quase perfeição musical já vale o albúm inteiro.

01. Silver
02. Nocturnal Me
03. Crystal Days
04. The Yo-Yo Man
05. Thorn Of Crowns
06. The Killing Moon
07. Seven Seas
08. My Kingdom
09. Ocean Rain
Bonus Tracks :
10. Angels And Devils

fevereiro 05, 2008

Novo Aviso

Companheiros;

Devido a grande falta de tempo, o blog permanece sem atualizações. Peço desculpas pelo grande tempo parado e sem postagens no TMBb. Provalvemente a partir de agora serão muitos poucos posts meus, o que abre vagas para contribuidores para escrever e compartilhar aqui no blog. Já existe algumas pessoas interessadas e logo em breve o TMBb voltará com tudo com mais espaço para outras pessoas postarem. Quem estiver interessado também de alguma forma em contribuir e levar o nome do blog adiante, contatar comigo pelo meu e-mail.

Já fiz o re-up de Scheherazade And Other Stories, Reinassance.
http://www.mediafire.com/download.php?eztnbdvjxkf

Tendo outros discos pra fazer o re-up, me avise que eu coloco o mais rápido possível.

Em breve, Ocean Rain, Echo & The Bunnymen.

Thiago Priess Valiati

novembro 03, 2007

Aviso

Companheiros;

Devido a um mês muito intenso pela frente, onde farei 5 provas de vestibular em 5 finais de semana seguidos (11/11; 18/11; 25/11; 02/12; 09/12), aviso-os que o blog durante este período ficará sem postagens. Logo passando este tempo, o blog voltará com os discos normalmente. Alguns discos que saíram do ar, inclusive do Peter Hammill, ainda não foram re-upados devido a falta de tempo. Peço desculpas pela demora, mas logo voltando em dezembro, tudo voltará a normalidade. Agradeço a todos que visitam o blog e baixam os discos, em dezembro as postagens voltam!

Grato,
Thiago Valiati

outubro 12, 2007

Van der Graaf Generator - H To He Who Am The Only One



Desta vez um albúm de uma das bandas mais injustiçadas de toda a história, o Van der Graaf Generator, subestimado pela maioria e que não deixa a desejar nem um pouco para bandas como Pink Floyd, Yes ou Genesis. Uma banda que revolucionou o rock com orgãos, teclados, bateria (Guy Evans é único!) e arte lírica e o mundo não percebeu. Lançou obras-primas e não deram o merecido valor. Vou colocar mais um albúm desta banda fantástica para que muitos que ainda não conhecem, terem o prazer de conhecer e desfrutar de música de altíssima qualidade. Eles merecem... E o albúm que eu coloco é o albúm que define o som "dark" do VdGG, H To He Who Am The Only One. A banda começa a aprimorar o seu estilo diferente com um tapete de sons espetaculares para a voz majestosa de Hammill evocar seus poemas. Aliás, neste albúm, notamos a aparição do baixo feito nos pedais por Hugh Banton após Nic Potter abandonar o grupo. Banton mostra ser fantástico nisto, muitas vezes nem se notando a falta de um baixista na banda. E notamos também a participação especial de Robert Fripp do King Crimson em Emperor In His War Room inserindo-se a guitarra, muito pouco vista no som do Van der Graaf Generator. Neste disco destacamos também Killer, uma das faixas mais conhecidas da histórida da banda, e uma das melhores letras de Hammill, onde realiza uma metáfora fantástica comparando pessoas a tubarões; "So you live in the bottom of the sea, and you kill all that come near you..." É um dos melhores albúns da banda, lançado em 1970, antecedendo um dos maiores albúns que a música já viu, Pawn Hearts (postado aqui no blog já) em 1971. Baixe e não perca mais tempo sem ouvir Van der Graaf. Sublime!

1. Killer
2. House With No Door
3. The Emperor In His War-Room
4. Lost
5. Pioneers Over c.

http://www.mediafire.com/download.php?13djiqxu0m9

Por Thiago Priess Valiati

outubro 08, 2007

Joy Division - Closer



Continuando com a escassez de contribuição dos anos 80 para o rock, e talvez um dos últimos grandes albúns, é Closer do Joy Division. Albúm póstumo, lançado logo após o suicídio de Ian Curtis por problemas conjugais e o agravamento do estado de sua epilepsia, Closer é memorável. Neste albúm, eles se superaram, com composições que viriam a influenciar todo o post-punk na década de 80. No ritmo de Closer, Love Will Tear Us Apart embalava as rádios, tornando-se a música mais conhecida da banda, mas acabou não entrando no cd, dando espaço para outras pérolas como: Atrocity Exhibition, Isolation, Passover, Heart and Soul e Decades.
É um disco melancólico demais, até pelo estado de saúde de Ian Curtis, que já deveria estar prevendo sua morte, este albúm não cai muito bem naqueles dias de sóis... É aconselhável ouvir de vez em quando, degustando uma obra-prima do rock como ela merece.

1. Atrocity Exhibition
2. Isolation
3. Passover
4. Colony
5. A Means to An End
6. Heart and Soul
7. Twenty four Hours
8. The Eternal
9. Decades

http://www.mediafire.com/download.php?3xev4zn0t0j

Por Thiago Priess Valiati